Sobre o que é possível mudar (Nossas próprias ações)

sábado, 8 de agosto de 2009


Eu tive uma conversa interessante com colegas do trabalho recentemente. Elas estavam reclamando que as pessoas não agiam como elas gostariam que as outras agissem com elas (numa maneira que elas consideravam mais adequada e justa num determinado contexto). Eu disse a elas que, talvez, ao invés de querer que as pessoas agissem como gostaríamos que elas agissem, deveríamos nós mesmos agir como gostaríamos que elas agissem conosco.

A princípio elas não entenderam muito bem o que eu quis dizer, com razão, pois os dois pontos de vista são discursivamente semelhantes o suficiente para causar alguma confusão. Ambos os pontos de vista falam de "como 'gostaríamos' que as pessoas agissem". Mas do ponto de vista prático são totalmente diferentes. No primeiro ponto de vista, queremos que as pessoas ajam de determinada forma. No segundo ponto de vista, agimos (nós mesmos) daquela determinada forma. Eu me expliquei melhor com um exemplo, que foi mais facilmente entendido:

A maioria das pessoas gostam de receber um cumprimento de "bom dia!" ao chegar em algum lugar pela manhã. Logo, 'gostaríamos' que as pessoas nos desejassem sempre um "bom dia". No primeiro ponto de vista (da minhas colegas), queremos que as outras pessoas nos deem um "bom dia", e se não o recebemos, nos decepcionamos. No segundo ponto de vista (que propus), nós mesmos damos imediatamente o "bom dia" que 'gostaríamos' de receber, porém sem necessariamente esperar receber literalmente um "bom dia" em troca.

Ao compreender melhor o que eu quis dizer, elas imediatamente concordaram que há diferença entre esses pontos de vista. De fato não temos controle nenhum sobre as ações das outras pessoas. Temos controle (mesmo que limitado) apenas sobre nossas próprias ações. Logo, se quisermos que algo aconteça, nós mesmo temos que fazer algo naquele sentido.

Querer que outras pessoas literalmente ajam de determinada maneira, é um convite certo para muitas vezes nos decepcionarmos. Porém querer "teoricamente" que as pessoas ajam de determinada maneira pode ser um guia para direcionarmos as nossas próprias ações, e somente nossas próprias ações, já que as ações dos outros não podemos controlar.

(...)

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