Há um certo paralelismo entre esse caso de Dogen Zenji e a prática Purgatio relatada na postagem "Monges do Deserto", em termos de prática espiritual.
No fim do "Purgatio", ou em grego "Catharsis", um período que frequentemente durava muitos anos, o monge havia aprendido a acreditar pacificamente no Senhor para todas as suas necessidades.
Há também um caso semelhante na Bíblia, fortemente simbólico, no livro Êxodo: Enquanto o povo hebreu vagava pelo deserto, guiado por Moisés, Deus enviava diariamente um alimento que caía do céu como flocos de neve: o maná. Não podia ser guardado e acumulado para outros dias. Algumas famílias que ousavam guardá-lo tinham uma surpresa desagradável na manhã seguinte - encontravam uma massa podre e fétida, cheia de vermes.
P.S.: Tal como implícito nos casos acima , o fato de ser relativamente fácil para a comida encontrar a boca - mesmo havendo muita pobreza, isso ocorre praticamente todos os dias para a maioria das 6 bilhões de pessoas na face da Terra - isso não me exime da obrigação mais que devida de agradecer por toda a comida que chega à minha boca, todos os dias. Isso é equivalente a "agradecer a Deus", ou em outras palavras, "ser grato pela vida" ou "reconhecer a vida como sagrada" que é nesse caso nada mais que "fazer aquilo que tem que ser feito".
0 comentários:
Postar um comentário