Instabilidade e estabilidade no zazen

sexta-feira, 19 de março de 2010

Após enfrentar alguns meses de instabilidade no zazen, causando às vezes muita preguiça, outras vezes desempolgação, cheguei a uma certa dieta obtida experimentalmente que parece ter estabilizado as coisas, pelo menos por enquanto.

1 - Reduzir a quantidade de notícias que absorvidas diariamente, especialmente comentário político: algumas dessas notícias despertam raiva em mim, assim evitá-las acaba sendo mais prudente, além de ser uma tremenda economia de tempo, pois as notícias sempre se repetem. Como diz o Dalai Lama, se algo realmente importante acontecer, alguém vai me avisar.

2 - Evitar brigas com minha esposa e outras pessoas queridas: o melhor é sempre ceder. Não sei porque eu fico brigando, supostamente eu perderia alguma coisa por ceder, mas na verdade é bem melhor ceder em qualquer discussão do que ficar batendo o pé. Simplifica muito as coisas, tornando a mim mesmo e a outra pessoa mais felizes. Ceder é uma beleza.

3 - Evitar confusões no trabalho: como um colega meu sabiamente me lembrou, se não for para dizer nada que possa criar uma situação melhor, é melhor permanecer quieto.

4 - Aumentar aos poucos a quantidade de zazen diário: parece haver uma quantidade mínima ideal para mim. Abaixo dessa quantidade as coisas desandam.

5 - Formalizar um pouco o zazen: zazen muito desleixado não funciona muito bem para mim. Oferenda de incenso ajuda.

6 - Melhorar a postura do zazen: tenho treinado ficar sentado em meio-lótus (hankafuza) ao invés da birmanesa, "produz" um zazen mais estável e imóvel. Tem exigido um pouco de treino de alongamento, mas vale a pena. Um dia talvez eu consiga kekkafuza.

7 - Leitura do Shobogenzo, de Dogen Zenji: parece aumentar a minha diligência e estabilizar o zazen por algum motivo misterioso. Link (em inglês).

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