Cada ser senciente produz um modelo simplificado do universo ao seu redor, uma simulação imperfeita do mundo à qual chamamos de mente.
Em parte, tal simulação possui certa correspondência com uma realidade externa, a qual atualmente chamamos de mundo físico. No entanto, grande parte dessa simulação corresponde à criação de todo um universo ilusório, que tem pouco ou nenhuma correspondência com uma realidade externa, tal qual existente naquele mesmo momento.
Durante os sonhos, é possível perceber o quase completo descolamento dessa simulação de uma realidade externa, sendo os sonhos apenas levemente ancorados nas percepções dos órgãos dos sentidos.
Mas mesmo durante o período de alerta, com grande frequência os seres afastam-se da percepção e interpretação do mundo tal como ele se apresenta aos órgãos dos sentidos, produzindo simulações interpretadas de eventos passados, ancorada em memórias imperfeitas e até fantasias, bem como simulações especulativas de eventos futuros, baseada em um modelo imperfeito do universo e capacidade limitada de processamento, produzindo previsões que falharão, na maioria das vezes.
A percepção do momento presente também é influenciada por filtros e ilusões, pelas imperfeições e auto-enganos dessa simulação.
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