Sou uma pessoa de muita sorte. Tenho uma boa família, uma boa esposa, bons pais, bons irmãos, bons amigos. Um bom emprego, um bom chefe, boa saúde.
O Livro de Jó, um dos mais belos da Bíblia, conta a história de um homem muito afortunado, com muitos bens, uma bela família, muitos amigos e uma excelente saúde. Jó era também um grande praticante da religião dos judeus, fiel e temente a Deus. Numa fantástica cena teatral, o Adversário desafia Deus a testar a fé de Jó. Jó perde os bens, os amigos (que eram falsos), a saúde. Até aí Jó aceita tudo com resignação. Por fim até a esposa deixa Jó, e então ele ousa questionar a vontade divina, contrapondo-a com sua própria vontade. Segue então um grande sermão de Deus, e por fim Jó aceita seu destino resignando-se à vontade divina.
Assim como a de Jó, minha sorte também irá acabar. Pessoas queridas irão embora. Posso perder o emprego, posso adoecer e até mesmo morrer. Não há barganha com a mortalidade, essa é uma certeza inexorável. Tive porém uma imensurável sorte de conhecer o Buddhismo e encontrar bons professores e amigos. O Buddhismo ensina a verdade da impermanência. Porém também ensina como lidar com ela, com a prática cotidiana. Se incessantemente praticar, a sorte de poder praticar pode nunca se escapar.
No Dharma não existem existências, pois está indene da mancha da
existência.
Não há subjetividade, pois está indene da mancha do eu.
O Dharma é sem ess...
Há 3 anos
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