Não adianta eu sentar em zazen todos os dias, mas durante o resto do dia esquecer do Buddhismo, de Buddha, da prática. Uma hora me esforçar completamente na prática, e no momento seguinte abandoná-la completamente.
Diz o provérbio de Salomão (Provérbios 9:10): "O temor a Deus é o princípio da sabedoria". Isso tem a ver com se autovigiar o tempo todo, cada passo e respiração. Não necessariamente num sentido repressor, mas de auto-observação mesmo. O interessante é que quando me observo, muitas vezes me envergonho naturalmente de coisas que faço ou quase faço, porém que facilmente faria se não estivesse prestando atenção. Vergonha talvez não seja o termo exato, mas sim uma constatação gritantemente evidente de inadequação daquele ato com aquele momento. É como a criança que apronta quando o pai não está olhando, porém se contém naturalmente quando o pai está por perto, mesmo que o pai não fale nada.
Nas religiões teístas, essa autovigília se dá por respeito à uma autoridade divina superior. No Buddhismo, segue-se o ensinamento de Atenção Plena. De certa forma, agir displicentemente e sem atenção também é como desrespeitar o Buddha. Afinal, o Buddha ensinou a agir conscientemente e com atenção.
"O temor do Senhor é uma fonte de vida, para o homem se desviar dos laços da morte." (Provérbios 14:27)
"Que estejamos profundamente agradecidos pela oportunidade de estarmos serenos na prática incessante do Dharma e nos lamentemos profundamente se tivermos tal oportunidade tão rara e não praticarmos." (Mestre Dogen - Prática Incessante)
“E qual, praticantes, é o caminho que conduz ao incondicionado? Atenção plena no corpo: isso é chamado o caminho que conduz ao incondicionado." (Buddha - Kayagatasati Sutra, SN 43)
Inspirado por Living with the self by Rich Taido.
No Dharma não existem existências, pois está indene da mancha da
existência.
Não há subjetividade, pois está indene da mancha do eu.
O Dharma é sem ess...
Há 3 anos
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