Volta de ônibus

sábado, 29 de novembro de 2008



Entrar em um ônibus. Um único ato me leva de um ponto ao outro, muito distante. Essa ação leva a um resultado muito claro. O caminho é definido. Raramente ocorre um percalço, o ônibus pode até quebrar, mas certamente ele leva de um ponto a outro diferente. Os passageiros do ônibus têm objetivos e destinos diferentes, mas todos usam o mesmo caminho. Ninguém duvida da eficácia do motorista de cumprir o caminho. Ninguém duvida da eficácia do motorista de ajudá-los a chegar a seu destino.

Presto atenção ao meu redor. Em cada ponto, pessoas entram e saem do ônibus. O motorista acelera. O motor é barulhento. Quase ninguém conversa. Uma moça discute no celular, namorados cochicham felizes. Inspiro e expiro, meu coração bate. É noite. As luzes passam na rua, sincronizadas com o movimento do ônibus veloz. São as luzes que passam ou o ônibus que anda? O movimento do ônibus é coerente com o barulho do motor. Os carros ao redor seguem o fluxo do trânsito, sincronizadamente. Tudo parece misteriosamente ligado.

Para um passageiro que presta atenção, o que é mais importante: o destino ou o caminho?

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