O Adversário

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Crédito da imagem: Miramax Films

Em determinado ponto do Evangelho (Mateus 4), Jesus Cristo retira-se para o deserto e é tentado pelo Adversário. O que o Adversário lhe oferece é exatamente aquilo que Jesus Cristo poderia ser por si mesmo, sendo o Filho de Deus: o domínio total de todos os reinos do mundo, ser literalmente o rei dominante sobre toda a terra. Jesus Cristo não cede à tentação e segue o seu destino.

Quando o príncipe Siddharta nasceu o seu pai, o Rei Suddhodana, consulta diversos sábios sobre o destino de seu filho. Suas previsões foram as seguintes: ou Siddharta se tornaria o maior rei que já surgiu no mundo, ou seria um grande líder espiritual. O rei, é claro, quis que o destino de seu filho fosse se tornar um grande rei, e por isso mantinha o filho o máximo possível dentro dos palácios. No entanto, Siddharta acaba descobrindo que precisava seguir a vida espiritual, e abandona o lar, se tornando mais tarde o Buddha.

Siddharta também foi tentado por Mara logo antes de sua iluminação. Mara tenta lhe atrair com suas belas filhas, com prazeres sensuais, tenta lhe causar medo com monstros e demônios horríveis.

Em determinado momento Siddharta reconhece Mara como sendo um ilusão de si mesmo. Nesse momento Mara é vencido, e Siddharta se torna o Buddha, o Desperto.

Tal cena é retratada no belíssimo filme "O Pequeno Buddha" de Bernardo Bertolucci:



Mara: "Você vai aonde os outros não se arriscam, Você quer ser meu Deus?; O arquiteto de minha casa?"
Siddhartha: "Finalmente eu encontrei a ilusão de mim mesmo, Sua casa não será mais construída."
Mara: "Mas você vive em mim; Eu sou a sua casa."
Siddhartha: "Oh, enganador; fantasma de meu próprio ego, você é pura ilusão. Você, a ilusão de mim mesmo, não existe. A terra é minha testemunha."

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