Confessando minha hipocrisia

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

"Um cachorro não é considerado um bom cachorro por latir bem. Um homem não é considerado um bom homem por falar bem."
Buddha

Não sou um bom praticante. Posso falar muito e escrever muito sobre como ser um bom praticante (isso é um erro gravíssimo), mesmo mal e tortamente, mas ainda assim não sou um bom praticante. Não adianta eu saber o que fazer (ou achar que sei o que devo fazer) sem realmente fazer.

Recorrentemente uso palavras duras com as pessoas, mesmo com aquelas que eu amo. Repetidas vezes faço comentários maliciosos, apenas para obter aprovação de pessoas que gostam disso. Sou capaz de magoar muito as pessoas, até aquelas que mais amo. Ajo com desatenção, magoando, e só percebendo quando já é tarde demais. Ajo muito egoisticamente, muitíssimas vezes somente para meu próprio benefício e satisfação.

Também o fato de eu escrever essas coisas não me faz um praticante melhor. A única coisa que pode me fazer um melhor praticante, é justamente praticar melhor. Mesmo que seja impossível seguir perfeitamente um ensinamento, ao menos posso continuamente tentar. Falar em fazer algo ou agir de determinada forma de nada adianta, somente fazer e agir pode adiantar.

Mesmo que fosse possível compreender perfeitamente um determinado texto ou ensinamento (o que já é algo duvidoso), apenas compreender não parece ser suficiente. Eu posso até saber o que devo fazer (como, por exemplo, fazer o bem e evitar o mal, ou praticar zazen), a dificuldade é fazer realmente.

Peço desculpas a quem possa ler isso por minha hipocrisia e auto-contradição.

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