Como eu deveria praticar

sábado, 28 de fevereiro de 2009

(essa figura deve ser entendida como apontando para o autor, e não para o leitor)

Não é de minha competência julgar se outra pessoa fez algo errado ou não. Eu não posso esperar que as pessoas ajam como eu gostaria que elas agissem, isso é bobagem. Eu não tenho a menor autoridade moral para julgar os outros, e mesmo se tivesse, a perderia ao julgá-los. Nem mesmo Jesus Cristo reinvindicou ou autorizou esse direito (João 8:15, Mateus 7), quem seria eu para fazê-lo?

Na verdade eu devo partir do princípio que tudo que as outras pessoas fazem já está correto, o que eu mesmo faço é que deve ser cuidado, como um aspirante a praticante. Cuidar das próprias ações talvez seja a diferença entre um praticante e um não-praticante. Isso certamente não significa que o praticante é melhor que o não-praticante. Enquanto alguém for um não-praticante, não faz sentido ele praticar, já que ele é justamente um não-praticante. Ele está praticando o não-praticar, agindo exatamente conforme sua natureza temporária de não-praticante. Já um suposto praticante que não pratica está só enganando a si mesmo. Para ele ser um verdadeiro praticante, ele deve somente cumprir o seu papel: praticar o tempo todo.

Avaliando a mim mesmo, vejo que eu sou um não-praticante 99,9% do tempo. Talvez 100% do tempo. Isso não é motivo de vergonha, muito menos de orgulho, mas certamente é motivo para eu me esforçar mais. Especialmente na prática de zazen.

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