Time-out

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009


Umas das técnicas mais utilizadas nos Estados Unidos para educar as crianças é o chamado "Time-out" (Hora do Intervalo). Ao invés de usar técnicas agressivas como brigar com a criança ou até dar palmadas no bumbum, nesse método o único "castigo" utilizado é o time-out. O time-out consiste simplesmente em deixar a criança alguns minutos voltada para a parede, sem poder brincar, assistir televisão, conversar ou qualquer forma de diversão. É a técnica mais recomendada por pedagogos disciplinares e psicólogos para a maioria das crianças, exceto em alguns casos como a de crianças hiperativas.

O time-out evita que os pais briguem com a criança, o que pode ser bastante danoso para o seu desenvolvimento. A razão pela qual a criança está indo para o time-out deve ser enunciada de forma firme e clara (mas sem gritar ou brigar), de modo que a criança possa associar a causa (a falta) com ao efeito indesejado (o time-out). Deve ficar claro que não é o adulto que está castigando a criança: ela mesma que se colocou naquela situação.

O tempo usual de time-out é de cerca de 5 minutos, ou como regra aproximada, 1 minuto para cada ano de idade da criança. Em casos de faltas graves, como bater em um coleguinha ou irmãozinho, o tempo do time-out é dobrado, mas nunca excedendo cerca de 10 minutos. Após esse tempo, a criança para de pensar no que fez e viver aquele momento de castigo, passando a usar a imaginação para se divertir, o que diminui a efetividade do método.

O time-out é considerado muito mais efetivo para reduzir a agressividade e a desobediência das crianças do que o uso de agressividade por parte dos pais, o que pensando bem é algo quase óbvio.

Não é difícil traçar um paralelo entre o time-out e a prática de zazen. É claro que o zazen não é um castigo, mas devo confessar que a maioria das vezes eu tenho que me forçar a ir praticar zazen. Também muitas vezes o zazen parece durar um longuíssimo tempo, o que é exatamente o princípio do time-out: me lembro bem que quando criança meros 5 minutos sem fazer nada era o equivalente a uma eternidade.

O time-out obriga a criança a viver o momento, a pensar no que ela acabou de fazer. Não tem como ela escapar: ela não pode brincar, não pode conversar, nem assistir televisão. Assim também é o zazen. É claro que a criança pode tentar usar a imaginação para sair daquela situação, mas essa é exatamente a tática não-saudável que eu mesmo costumo usar no zazen para tentar fugir: minha mente vai parar bem longe...

2 comentários:

Ana Carolina disse...

Penso que é necessário deixar claro que a criança vai para o time-out porque não está ocnseguindo se controlar no grupo - por isso ela se isola um pouco. Não pode assumir caráter punitivo!!! E é isso que percebo, muitas vezes... o educador não briga explicitamente, mas se sente "vingado" por ver a criança chorosa no time-out, privada das atividades, dos seus amigos...

Jōken disse...

Isso mesmo, entendo que não pode ser punição.